.

.
.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Bons tempos de Long "Jungle" Distance

Natação 2.6 km / Ciclismo 120 km / Corrida 28 km


15 de junho de 1997.
Essa foi a data a qual foi realizada a prova 2/3 de Ironman de Porto Seguro, única prova na América Latina classificatória para o Ironman do Hawaii na época.
Com organização da empresa do nadador Djan Madruga, a prova, na época, tinha requintes de primitivismo.
Não haviam ambulâncias para socorro imediato em caso de acidentes, e as motos de acompanhamento do trajeto de ciclismo escoltavam mais os ciclistas da frente do que amparavam os meros mortais da prova.
Naquela época, treinavamos em uma grande equipe de amigos de verdade.
Eu, Percival, Marcela, Naldo, CB, André Pucinelli, Nelma Raizer, Marcio Baianinho (que hoje é ultramaratonista), a galerinha da equipe do Biller, Tadeu Condotta que trabalhava na época comigo no Banco Real, o Raymundo Ilek, que estava estreando em provas longas, etc ...
Fomos todos de Transbrasil, e estavamos todos receosos. Seis meses antes, em outubro de 96, havia caído o avião da TAM em São Paulo, e a galera tremeu geral.
Ficamos todos em Porto Seguro no Hotel Solar do Imperador, na parte alta da cidade, um 4 estrelas muito bacana.
Com muita diversão, chegamos 3 dias antes da largada da prova, e conseguimos nos aclimatar bem às condições de Porto Seguro.
No dia da prova, o nascer do sol avisava que o dia seria intenso e quente.
Foi uma das provas mais malucas que eu fiz em minha vida. Poderia aqui me concentrar no relato de todos, mas vou resumir minha participação.
Sai bem no bloco da frente, nadando ao lado do Ken Glah e do Leandro Macedo, mas ao cruzar a escuna em alto mar, por volta de mais ou menos 1000 metros, desviei um pouco pra direita porque o ritmo dos profissionais era intenso.
O Garzon passou por mim, junto com o Barcellos , Roberto Lemos e a Jan Wanklin, na época esposa do Ken Glah.
Acabei nadando na esteira desse grupo de atletas e me posicionei bem, saindo em 10º da água, entre 174 atletas. Não houve distinção de largadas. Todos largaram juntos. O Galindez saiu logo atrás de mim. Para apenas pontuar, ele teve uma indisposição estomacal durante toda a noite, e parou a prova perto do km 50 do pedal.
Na época, eu fazia excelentes treinamentos de ciclismo, e competia nas provas de ciclismo da Liga Santista, o que me dava uma bagagem para suportar o extremo de força de provas de endurance. Quer dizer, eu acreditava nisso. Mas Endurance "é mais embaixo".
Até o km 90, eu vinha com uma excelente média de 35km/h, e me posicionava entre os 30 primeiros do pedal, pedalando bem próximo do Mosquito. Mas eis que uma câimbra daquelas que são bem comuns se tratando de Silvão tomou conta de minhas coxas, e eu fui ao chão.
Não quis nenhum tipo de suporte externo, porque não queria ser desclassificado. Fiquei ali, durante longos 20 minutos, vendo um mundo de triatletas passarem por mim.
Quando eu já me levantava pra tentar pedalar "intermináveis" 30 kms, passou o Percival e a Marcela por mim.
Finalizei o ciclismo depois de quase 4 horas, com uma média horrível de 30,5 km/h.
Me senti o pior dos atletas naquele momento. E ainda tinham 28 kms para "correr".
Digo, andar.
Foram 3h36 minutos de interminável caminhada em busca da linha de chegada. Lembro que na época alguns atletas ainda vinham piores do que eu. Acredito que uns 20 ou 22 atletas completaram depois de mim. Não fui o último.
Mas me recordo que a estrutura da prova do Djan era péssima, não havia água nos postos de abastecimento, nem nas tendas de transição. A área médica era uma piada.
São guerreiros aqueles que se arriscavam a competir em Porto Seguro.
E, no ano seguinte, 98, a prova se tornou Ironman. Eu fui um dos que não arriscou se inscrever em tamanha loucura.
Fazer uma prova da intensidade e duração de um Ironman requer um mínimo de suporte por parte dos organizadores. Os atletas de hoje tem uma estrutura invejável, se comparadas com as daquela época. Mas mesmo assim é um tempo saudoso.
Foi uma delícia pontuar essa prova que foi uma das mais difíceis provas em que eu me inscrevi.
Relembrar momentos tão intensos nos remete a recordações que nos fazem acreditar em retomar treinamentos e experimentar um pouco mais provas de triathlon.
Que os Deuses do Olimpo protejam a todos que participarão do Ironman em Floripa esse ano.
Em especial, a galera numerosa de Santos que estará em peso em maio por lá.
É isso !
Até a próxima.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Everaldo Marques


" Quem perde fica perdido na História ".


Foi uma satisfação assistir na noite de hoje na ESPN (só não sei se foi reprise ou apresentação) a entrevista do "Juca entrevista" com o jornalista e locutor esportivo Everaldo Marques, dos canais ESPN.
Everaldo é o narrador oficial dos eventos esportivos norte-americanos (Basquetebol americano, Futebol americano, etc), além de, ao lado de Celso Anderson, apresentar o Tour de France, tradicional evento de ciclismo que acontece anualmente naquele país.
Sou fã desse cara, que faz uma narração sem excessos e sempre pontua precisamente as dúvidas dos internautas que acompanham suas transmissões.
Lendo seu blog no dia de hoje, me deparei com esse tópico. "Quem perde fica perdido na História".
Concordo plenamente com ele.
Quem se recorda quem foram os dez atletas, por exemplo, que chegaram na frente do Ironman Brasil do ano passado ?
Quem se recorda de todos os vice-campeões das corridas de Fórmula-1 do campeonato de 2009?
Verdadeiramente, o campeão carrega algumas glórias especiais e, entre elas, a da perpetuação de seu nome.
Por isso talvez valha a pena sempre buscarmos o melhor desempenho possível em todos os campos de nossa vida.
Talvez uma simples e emblemática frase como essa sirva para embalar nossos corpos mornos que insistem em não ferver.
Bem, é isso por hoje !!
Tento mas não consigo dar continuidade no blog. Talvez, à partir de agora, Everaldo tenha me motivado a ferver.
Até a próxima.